quarta-feira, novembro 08, 2006

Chorei....

Vou escrever sem pensar. Vou dar voz ao que vai aqui dentro. Vai sair tudo de rajada. Nada será racionalizado.
Depois de ter acordado cedo (estranho nos dias em que não tenho aulas às 8h), com uma felicidade indescritível, de tal forma aconchegante que me pôs a limpar a casa de alto abaixo, sem me queixar, sempre de sorriso na cara. Até fiz o almoço, sem queimar nada!!! Depois de tudo feito sentei-me no sofá da sala à espera da cereja em cima do bolo.
A cada carro que passava tentava certificar-me que era o que pretendia. Não era!! A cada pessoa que entrava no meu prédio, a cada latido da minha cadela, toda eu tremia de cima abaixo. Mas não era ninguém que me interessasse.
Passaram-se 2h, 3h, 4h.... entretanto assombra-me um desespero. Ligo o rádio, acendo o meu cigarro (que esperei ditar-me o fim desejado) e chorei. Chorei como se tudo o que estivesse dentro de mim fosse chutado a uma velocidade de 1000km/s. Com uma raiva incontrolável. Com desespero irreconhecível em mim.
Senti-me como aqueles miúdos que vemos nos filmes americanos: todos prontinhos, bem arranjadinhos, sentados à porta de casa, nas escada que nos levam à porta principal de uma vivenda pré-fabricada, que esperam que o pai, que prometeu vir, os venha buscar. Crianças que esperam horas e horas por quem não vem. A minha tristeza e desilusão era igualável à desses miúdos.
Depois de tudo chorado, peguei no meu carro e fiz-me ao caminho. Liguei o rádio nos mais altos berros, acelerei até não dar mais. E voltei a soltar uma lágrima. Parei o carro à porta de casa e disse, de mim para mim: “Chega!!! Estou farta de chorar, de ser a vítima, uma infeliz!!! Se não dá, não dá!!!!”.
Assim, hoje, acho que ganhei a força de que precisava para trancar atrás de mim a porta que fazia corrente de ar na minha vida.
Sei que este não vai ser um estado definitivo, pois tenho andado numa corda bamba de sentimentos, e ando com uma carência que parece coisa má. Sei que vou ter os meus momentos de fraqueza. Que vou chorar uma e outra vez. Que vou pensar mil e uma vezes que errei. Que me vão passar milhentos “ses” pela cabeça. Mas é nessa altura que vou olhar para o espelho e vou dizer: “Cresce e aparece!!!!"
***=(

3 comentários:

asdrubal tudo bem disse...

Infelizmente não posso fazer nada para te animar. deixo-te aqui uma frase que pode ajudar:
A felicidade é uma dádiva. O segredo não é esperar que ela venha, mas gozá-la quando ela surge e partilhá-la com os outros.

Charles Dikens.
O teu texto estava muito bom.

Anónimo disse...

E sabes que estou aqui sempre para o que der e vier:)
Conta comigo se precisares deste ombrito pequenito e ossudo:p
bjinhoo*

FeelFree disse...

Amoli:) Sabe mesmo bem deitar tudo cá para fora assim, de rajada..sem nos preocuparmx com lógicas, racionalismos e o raio que o parta..Porque no fundo, só os utilizamos para possibilitar aos outros a compreensão destas coisas. De vez em quando é bom mandarmx os outrs dar uma volta e falarmos na nossa própria linguagem..é libertador:P
Beijinhos, Gxtei mtttt do texto:D
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