sábado, setembro 30, 2006

Que desilusão que eu sou.....

Pior do que falhar é admiti-lo perante os outros. Mas pior que isso, é perceber que a falha foi por preguiça, por desleixe, por irresponsabilidade.
Decepcionar aqueles que acreditam em nós uma vez já é mau. Fazê-lo duas vezes é simplesmente devastador, embaraçoso, vergonhoso, principalmente quando desta segunda vez se decepciona por preguiça, por desleixe, por irresponsabilidade.
Se chumbar é mau, tudo o que acompanha esse mesmo chumbo é péssimo: perder o grupo de amigos, que por mais que se queira manter, por força de horários diferentes, por força de vidas vividas com objectivos e responsabilidades diferentes é deprimente. Já tive essa experiência uma vez e custou, mas agora vou para a segunda e custa ainda mais, porque desta vez não foi por azar, foi por pura e simples irresponsabilidade.
De repente vi-me a ter a liberdade de que me tinha privado, de um momento para o outro. Veio tudo tão de repente, apareceu tudo ao mesmo tempo, por falta de hábito, por limitações minhas, não soube distinguir tempo de estudo, de tempo de brincadeira. Baralhei tudo e acreditei conseguir alguma coisa com isso. A verdade é que no curso em que estou, que exige total entrega que não quis dar, acabei por descurar tudo, desde responsabilidade, a paixão pelo que faço, até ao entusiasmo que entretanto se perdeu.
Sou mais do que isto que fiz este ano. Eu sei. E entrar num curso como este, com tanto trabalho que me exigiu, perder um ano assim......é no mínimo vergonhoso.
Ao menos que sirva de lição.
Só gostava de poder olhar para os meus pais e não ver a vergonha e decepção estampada nos olhos deles. Só gostava que os meus pais se orgulhassem de mim como se orgulham do meu irmão. Só gostava de poder voltar atrás e ter-me esforçado mais. Só gostava de não ter de perder mais um ano. Só gostava de não pensar que vou perder os amigos que fiz este ano e que acreditei não mais largar até ao fim do curso (até mesmo ao fim da vida). Só gostava de pensar que chumbei sim senhor, mas com a sensação de que tinha feito tudo o que poderia fazer.....
Venha então a vergonha e embaraço, para me fazer lembrar que custa passar por isto, e que me impeça de falhar de novo.....
***=(

sexta-feira, setembro 29, 2006

November Rain

If we could take the time to lay it on the line

I could rest my head

Just knowin' that you were mine

All mine

O que eu adoro esta música.... mesmo ao meu jeitinho "Holliwoodesco" de traduzir sonhos, imagens de passados que vivi e futuros que quero viver...... Para mim a perfeita banda sonora, adequada a qualquer situação.....Adoro!!!

***=)

quarta-feira, setembro 27, 2006

Rotinas...

Se dúvidas havia sobre o porquê de eu não gostar de falar dos meus problemas e procurar soluções perto de "alheios", então acho que está na hora de dar a factura detalhada que tenho vindo a pagar e me tem deixado de pé atrás.
Pois bem, desde miúda que sempre levei na cabeça. Habituei-me a gostar de todos, a querer agradar a gregos e troianos, um pouco fruto da educação que tinha aqui em casa, mas também pela observação do meu modelo (o meu irmão que arranjava amigos onde quer que fosse). No entanto, também desde miúda que caio no erro de não conseguir guardar os MEUS segredos comigo: gostava de partilhar vitórias e gostava que chorassem comigo as derrotas. Mas cedo aprendi que a continuar acabaria com a cabeça com o dobro do tamanho, não pela inteligência, mas fruto de tanto edema.
Assim, a partir de certa altura comecei a pensar e a verificar que, de facto, mais valia guardar as coisas para mim, porque quando contava as coisas boas, isso era logo tirado de mim pela mesma pessoas em que confiei, e se contava os meus "podres", dias depois eram espalhados por todos e mais alguns. Ok, agora podem dizer: "Isso é porque escolhes mal as pessoas a quem contas!!" ao que respondo: "Jura!!! O meu dedo é mais do que apurado para detectar merda!!!".
Portanto, desenvolvi defesas, mecanismos de ocultação e auto-flagelação e contenção que utilizo em cada uma das situações. Assim, vivo tudo comigo e sozinha. É óbvio que depois ouço coisas do tipo: "És feliz 5minutos por dia!!" (antes isso que nada, não será?); "Devias desabafar para libertar essa pressão!!" (pois devia, mas agora mete-te na minha pele e vive a castração que vivi e depois diz-me se é assim tão fácil de um momento para o outro começar a vomitar tudo); and so on.....
Eu, como pessoa casmurra a 100% que sou, gosto muito de ouvir a minha parte, principalmente quando se tratam de coisas minhas. Gosto de ir avante com aquilo que quero e decido, mesmo que isso implique uma grande cabeçada (e acreditem que já levei muitas), e, por isso, também não gosto de partilhar as minhas coisas com os outros, uma vez que há sempre a tendência de 1 em cada 3 me dizer: "acho que não deverias fazer isso, vais magoar-te!!"..... ao que eu agora respondo:"se conselhos fossem bons, não se davam, vendiam-se!!". Posso vir a bater com a cabeça, posso vir a magoar-me, mas a ninguém vai doer mais do que a mim própria!!! E além do mais se viessemos ao mundo para viver sempre felizes, que interessante que isto seria..... e depois, quem me garante que se eu seguir o vosso conselho vou ser mesmo feliz?!
Devo dizer-vos meus amigos, que não dá!!! Não dá!!! Por mais que queira (e vocês também), por mais que vos irrite esta caixinha de Pandora, eu não consigo mudar.
Agradeço as preocupações, mas não dá!!!

Meti na minha cabeça que vou até onde tiver de ir para encontrar o que quero, e vou, nem que isso implique a "morte" de alguns princípios, nunca descurando das minhas responsabilidades como estudante.

Entendido?

***

segunda-feira, setembro 25, 2006

Living-dead....

Trazia o meu coração nas mãos. Aquecia-o, apertava-o de quando em vez, para que não se esquecesse que um dia teria de voltar a bater por si só. Trazia-o na mão para o aconchegar, para o sentir mais perto, para não o deixar morrer sozinho.
Hoje, as minhas mãos abriram-se e deixei-o cair. Está um pouco amassado. Está dorido. E dói. Dói-me tanto......:(
Só pedia para ser feliz, para ter força para encarar as más fases. Só pedia para nunca perder a garra com que aprendi a encarar a vida. Só isso, nada mais.
Hoje senti o meu mundo morrer de uma hora para a outra. Não aconteceu nada. Provavelmente até foi por isso. Mas estes dias tão estupidamente cinzentos trazem-me à memória momentos que queria reviver. Não posso? Eu quero!!!! Não me deixam?! Eu quero!!! Eu quero!!! Eu quero!!! Estou disposta a tudo. Faço o que for preciso. Só quero voltar a ser feliz. Só quero poder voltar a viver um dia sem pensar que já vivi dias melhores. Só quero poder acordar e ter com quem estar, estar com alguém que me faça feliz, que faça esquecer estas merdas todas que me fazem andar com o coração nas mãos. Poder estar com alguém que mesmo não me dizendo nada me aconchegava com o olhar. Só queria poder dizer que sou feliz, mesmo mesmo feliz e senti-lo. Sentir-me bem com o pouco que pudesse ter. Sentir-me bem.......
***

domingo, setembro 24, 2006

Meus amigos é assim....

Apercebi-me hoje que um dia, se por obra e graça do Espírito Santo (e de dois corpos sedentos), eu tiver filhos (principalmente alguma miúda) nunca lhe vou dar a conhecer histórias como Gatas Borralheiras, Brancas de Neve, Belas Adormecidas, nem qualquer tipo de fantasia utópica. E perguntam vocês do alto da vossa curiosidade: "Mas porquê?!"
Pois bem, apercebi-me de que baseei demasiado a minha vida nessas fantochadas, na medida em que procuro o momento perfeito, com a pessoa perfeita, tomando a atitude perfeita, cheiinha de modelos standardizados. Mas no fundo, não consigo e acho que é heróico demais uma pessoa conseguir, desenhar ou viver uma vida tendo como base coisas perfeitas e padronizadas. Na vida dos afectos, não podemos desenhar nada. Por mais pessimista e negra que seja esta minha imagem, quando há troca de afectos, quando para construir o que quer que seja dependemos de outros, não nos podemos limitar a desenhar e traçar objectivos, porque tão simplesmente quando um não quer dois não dançam.
Penso que são estas visões demasiado fantasiosas, demasiado melodramáticas que nos elevam tantas as vezes a alma, o espírito e a imaginação a pontos inimagináveis, que nos permitem tantas e muitas vezes uma queda livre em direcção a um poço do qual muitas vezes não sabemos, não conseguimos ou não queremos sair.
Se dizem que existe o homem perfeito, eu acredito. Mas essa perfeição tem sempre um q de relatividade: perfeito numas coisas, imperfeito noutras, insuportável noutras ainda.
Apercebi-me de que procuro o "homem" perfeito, para viver uma história demasiado bonita e perfeita, procuro usar as palavras padrão, para não fugir ao modelo de menina desinteressada e no entanto tão aluada de paixão. E no fundo, com isto não ganho mais do que desilusões, confusões e tristeza, tudo num batido explosivo. Acabo por não aproveitar momentos, acabo por não espremer tudo o que um bom momento possa ter, na esperança de guardar mais um bocadinho para amanhã. Mas a questão é: será que amanhã há mais?!; e depois fica o arrependimento por não tirado tudo o que tinha para tirar, fica uma soma de momentos adiados sem necessidade....
Decidi que agora me vou deixar de fantasias e que vou seguir e fazer aquilo que sentir no momento. Conselhos se fossem bons vendiam-se e, portanto, não os vou pedir mais. E, se voltar a bater com a cabeça, cá estou eu para levar com as dores e aprender e assimilar que ali há uma parede e a porta fica mais ao lado.
Porque eu decidi que quero mesmo ser feliz.
***=)

sábado, setembro 23, 2006

Partilhas...

Numa das minhas viagens na mayonese, encontrei como comentário a um post deveras interessante (visitem modelos errados) o seguinte texto:
"Isto é como com os frigoríficos onde está uma apetecível bavaroise de ananás. Enquanto vamos comendo do que está no nosso frigorífico ou nos frigoríficos dos vizinhos, mal nenhum vem ao mundo. O pior é quando a gente vê uma colherada na nossa bavaroise, ainda por cima na que estava no nosso frigorífico. Ai que chatice e coiso e tal e na volta até foi a gente que deixou a porta aberta para que alguém fosse lá provar a nossa bavaroise."
Ora aí está uma bela duma verdade. Subscrevo. Como alguém também disse nesse blog: "Onde é que assino?"
Dá que pensar.....
***=)

À noite....


Lá fora um dia que se encerra. Com ele veio a chuva. O vento levanta-se, assobia levemente como quem avisa a sua chegada silenciosa.
Cá dentro ligo o rádio, ponho um CD a tocar. Procuro uma música que consiga conciliar o meu estado de espírito e a noite que começa lá fora. Nas colunas estoira, então, a música que procuro.
Sento-me no parapeito da janela, saco de um cigarro que acendo, presto atenção à música, ao mundo que se molha lá fora e ao que me consome o pensamento.
O vento grita baixinho, suavemente inicia uma dança sincronizada com o arvoredo que se molha lá fora, numa tentativa de sacudir a água que lhes lavou a alma. Uma lágrima cai........ e por solidariedade começa a cair outra e outra e outra. Desta feita o vento berra de raiva. As plantas gemem de dor, de uma alucinante viagem no turbilhão que se alevanta. Soluços incontroláveis tentam expelir o que tenho cá dentro como que num vómito insaciável. Sinto a cabeça a latejar. Sinto que a perdi. O meu coração dispara, tenta pôr a correr de novo um sangue que entretanto se cansou de andar sempre às voltas, levando a todas as células a mensagem de um corpo que sofre e chora. A respiração ofegante faz ecoar um grito de ajuda.
As toxinas começam a libertar-se em cada poro. A dor sai dissolvida nas lágrimas. A raiva é expelida a cada expiração. O vento atinge o máximo de revolta, as árvores curvam-se como quem faz uma vénia ao tempo que passa e não volta, a música berra no auge do desespero que quer transmitir. Eu choro até a última lágrima secar.
A música acaba. O cigarro apaga-se. O vento abranda. As árvores recompõem-se. A chuva cessa. A última lágrima cai. Mas a dor continua. A incerteza também. Chorei, aliviei,no entanto, fica a sensação e a certeza de que nada se resolveu.....



***=(

quinta-feira, setembro 21, 2006

Weird....I feel weird

Há já muito tempo que não me lembro de me sentir assim. Nada me satisfaz, não estou bem em lado nenhum, tudo o que vejo ou sinto revolta-me, não me chega. Só estou bem onde não estou, a fazer aquilo que não faço, infelizmente no sentido mais extremista.
Só me apetece sair daqui. Estou farta de ver sempre as mesmas caras, queixar-me sempre do mesmo, saber apenas dos meus problemas. Acho que preciso ocupar a minha cabeça com os problemas dos outros.
Vivo os meus dias com o coração nas mãos. Vejo indefinição para onde quer que olhe. Não consigo perceber onde errei para estar a pagar um preço tão alto.
Não sei o que sinto. Tento procurar explicações junto daqueles em quem confio, mas também eles não percebem. Ficamos todos incrédulos a tentar perceber o que falhou. Ouvem sempre as mesmas queixas e, provavelmente, porque sei representar não demonstro o que realmente sinto. Exteriorizo pouco e deixo o verdadeiro sofrimento todo para mim, só para mim, para o viver nos momentos de silêncio, solidão e desespero. Já estão tão habituados ao pouco que conto, já o sabem de cor e já não sabem mais o que me dizer. Acabo por sentir que não me compreendem. Mas também é verdade que não deixo que vasculhem. Quando começam a perguntar demasiado sinto-me invadida e disparo em todas as direcções para os afastar!!! Mas porque é que sou assim?! Porque é que aprendi a ser assim!?
A verdade é que não gosto que me ignorem, mas também não gosto que queiram saber mais do que a conta. Também não quero admitir algumas verdades que não quero aceitar e que me confundem e me deixam triste.
E eu pergunto: "Será que andei a cuspir na cruz?!"
Estou farta desta Coimbra. Estou farta da vida que levo e querem que leve. Estou farta de estar em minha casa. Estou farta do meu quarto (que costumava ser o meu esconderijo). Estou farta de comer e dormir. Estou farta de estar sempre com as mesmas pessoas. Estou farta de visitar os mesmos sítios. Estou farta de procurar respostas.Estou farta de implorar e mendigar atenção. Estou farta de querer esclarecer coisas que não se esclarecem. Estou farta de sonhar. No fundo, estou farta de sofrer..........
Às vezes gostava de poder ser de pedra: não sentir, não ver, não ouvir, não viver..........
Isn't it weird. Isn't it strange. Isn't it hard, standing in the rain, you're in the verge of going crazy and your heart's in pain. No one can ear though you're screaming so loud, you feel all alone in a faceless crowd. Sitting on the side, waiting for a sign hopping that my luck will change. Reaching for a hand that can understand: someone who feels the same. I feel like I don't fit in.......I feel weird.........
***=/

quarta-feira, setembro 20, 2006

"I don't want to go!"


-"Alguém me deseja aqui. Não quero ir!"
-"Ainda bem que isso aconteceu contigo. É como se tivesses ido à ilha para passar umas férias. O sol não te deixou vermelho, apenas bronzeado. Dormes, mas os mosquitos não te mordem. Mas a verdade é que isso acontecerá se ficares tempo suficiente. Leva essa bela imagem na tua cabeça para casa, mas não te iludas......."
in "Meet Joe Black"
Resumindo...... Aproveita bem o momento e não o tentes repetir ou prolongar para além do tempo devido. É preferível teres a lembrança do bom, do que levares contigo o momento deturpado pela ansia de o viver e reviver vezes sem conta. Se por vezes reviver esses momentos nos permite acabar o que fica por viver, outras vezes corremos o perigo de nos desiludir e desejar que tudo não tivesse acontecido. Tenho pena que seja assim, mas como a felicidade nem sempre se constrói sozinha e dependemos de outros para a conseguir, estamos sempre sujeitos a estas desilusões....
***=(

terça-feira, setembro 19, 2006

"Sim ou Não?": a eterna questão

Hoje, e depois de alguns dias sem notícias desse mundo obscuro que é a internet, volto a ter notícias na minha caixa de correio electrónico. Recebo um e-mail que diz qualquer coisa do género: se conhecesses uma grávida que já tivesse um filho retardado mental, outro surdo, outro mudo e se essa mesma mulher tivesse sífilis, aconselhá-la-ias a abortar? Se respondeste sim, ficas a saber que acabas de matar Bethoven.......ok!! Pobre senhor!! Mas, ele já está morto!!! Qual é a diferença?
Brincadeiras e estupidez à parte, devo confessar que à primeira vista diria "SIM". Apesar disso, acho que este assunto é tão controverso e às vezes as pessoas têm uma visão tão reduzida do assunto, que poderia e posso estar a cair num grande buraco onde todos (ou quase todos) me vão enterrar viva. Ora, este assunto não deve ser levado de ânimo leve. As ciências médicas e as tecnologias estão hoje já tão avançadas, que é impossível (ou é pouco ético) tomar uma decisão destas assim sem mais nem menos. Se ao dizermos o "sim" matamos o Bethoven ou até mesmo o Papa, não interessa, há sempre um ser que é "abatido" (e perdoem-me a frieza da expressão). Hoje em dia, este tipo de decisões tem de ser tomada com consciência da influência de vários factores. E, quer queiramos quer não, o factor monetário, social e mesmo de saúde são cruciais na tomada de decisões deste tipo.
Este é um assunto muito delicado, eu sei. Que levanta muita controvérsia, é certo. Que ainda fere muitas susceptibilidades, sem dúvida. Mas é também certo que cada um tem liberdade de pensar de determinada maneira. Que tem direito a defender os seus ideais. E não é por ser a favor ou contra a despenalização do aborto (atenção!!! DESPENALIZAÇÃO!!) que eu vou ser mais ou menos filha de Deus!!!
Cada um tem o direito de tomar as decisões que acha mais acertadas para a sua vida pessoal e familiar. Cada um tem o direito de traçar um rumo na sua vida. E ninguém (além dos envolvidos) tem o direito a opinar e muito menos criticar opiniões e decisões que se tomem.
Para aqueles que acham que quem defende a despenalização do aborto são uns insensíveis, uns assasinos, lembrem-se do seguinte: "SE EU NÃO TENHO O DIREITO DE MANDAR NA BARRIGA DE UMA MULHER QUE DECIDE TER 12 FILHOS, TAMBÉM ELA NÃO TEM O DIREITO DE MANDAR NA MINHA!". Com isto quero dizer que cada um toma as suas decisões. No entanto, é de extrema importância que o paciente tenha ao seu dispor toda e qualquer informação adequada e necessária à tomada desta decisão. Os médicos, aqui, deveriam ter um papel crucial, sendo o dever deles informar as mulheres, de forma a que elas pudessem tomar uma decisão "correcta" ou pelo menos reflectida, tendo em conta prós e contras. Ainda assim, caberia à "mãe" a decisão final, ou seja, a mulher deveria ter SEMPRE o poder de decisão final.
Para quem defende que o aborto é um assunto tabu e se benze com quantas mãos tem de cada vez que é referido esse assunto, deixem de ser hipócritas!!! Não é por haver uma lei que proíba estes actos que eles vão deixar de ser feitos!!! É preferível continuar a praticá-los na clandestinidade, sujeitando centenas de mulheres a condições precárias, à contracção de doenças e mesmo conduzi-las à morte, em nome da crença num castigo divino, do que oferecer-lhes condições humanas para praticar estes actos que, acreditem, que custam a uma mulher? A vida não é o mar de rosas que sonhamos ser e que queremos que seja!!! E se é crime matar um conjunto de células que, à partida, ainda não "sentem", que dirão vocês se virem uma criança que é trazida ao mundo num ambiente de pejo, de repulsa paterna, que não puderam evitar o seu nascimento por base numa lei hipócrita?
E se atirar à cara dos demais cidadãos que existem instituições para a adopção que ficam com essas crianças é coisa normal, concerteza que o deixarão de fazer quando pararem para pensar que é nessas instituições que se criam grande parte de seres humanos marginais, que hoje matam transexuais só pela curiosidade de saber como morre um ser humano, apenas porque por mais que se queira, acarinhar 100 crianças ao mesmo tempo não é o mesmo que acarinhar e educar apenas uma ou duas.
Sei e tenho a certeza de que com esta discussão vou ferir susceptibilidades e peço desculpa aos mais sensíveis pela utilização de termos mais frios e insensíveis, mas nunca consegui defender uma posição relativamente à despenalização do aborto, porque não tinha conhecimentos científicos e éticos que me permitissem apoiar a minha posição; mas uma vez que as aulas de IM e o estudo para os exames ainda valem de alguma coisa, hoje já consigo defender aquilo em que acredito sem dizer "porque sim, porque acho que deve ser assim".
Com isto não pretendo mudar opiniões, pretendo sim ajudar a que algumas cabeças pensem por si, e que consigam ter uma opinião própria. Espero que tenha ajudado em alguma coisa, quanto mais não seja gerar revolta! Manifestem-se!!!
***=)

domingo, setembro 17, 2006

Flying Bird


Finalmente acordas e percebes que o que tinhas ontem, aquilo que davas como certo, aquilo que nunca pensaste perder assim, afinal foi-se.
Sem teres dado por isso, o pássaro abriu a gaiola e fugiu pela calada da noite.
No entanto, questionas-te: “Porque fugiu? Não o alimentava? Não lhe dava de beber? Não o acarinhava? Não lhe dava atenção?” e, então, começas a perceber que a falha foi humana. Foste tu que falhaste.
O pássaro fugiu! Foi à procura de nova casa. Novo refúgio. Foi à procura de um alguém que não só o alimentasse de alpista, mas que para além dela o alimentasse de sentimentos: amor, carinho, atenção.
E afinal foste tu que falhaste.
Dói a ausência do pássaro! Ele já não canta! É menos uma alma em tua casa!
Aquilo que davas como certo, afinal estava errado. Afinal as gaiolas abrem! E uma vez abertas, cabe ao pequeno ser que as habita, decidir se quer ou não fugir. E agora percebes que dar comida e água não chegam para aquecer o frio das quatro paredes que constroem a sua casa.
Ele fugiu! E desta vez não volta.
Já fugiu uma vez. Mas a saudade, a recordação dos momentos bons que passaram quando o compraste, quando era novidade, fizeram-no voltar. A esperança de reviver esses momentos fizeram-no “perdoar-te” e reconsiderar a hipótese de regresso. Ele voltou, então. E nessa altura, de novo a novidade em tua casa, fez-te desejar passar mais tempo com ele, fez-te desejar não só alimentá-lo mas também acarinhá-lo. Mas depressa percebeste que era tudo a mesma coisa. O pássaro já não era novidade. Já conhecias as suas melodias. Já sabias com o que contar. E então desististe dele outra vez. Acreditaste que as mãos daquele ferreiro tinham arquitectado o palácio mais seguro e inviolável que qualquer ave de cativeiro poderia ter. Deste-lhe comida. Às vezes esquecias-te ou não tinhas tempo: a tua vida era complicada e consumia-te o tempo todo. Esqueceste-te de o aconchegar. As barras da gaiola não preenchiam o espaço que pensavas ser aconchegante.
Todos os dias o pássaro alimentou a ideia de que era só uma fase. Alimentou a ideia de que depois dessa fase, a tua vida se tornasse mais pacífica e que, de novo, voltassem a partilhar bons momentos.
A tua vida apaziguou, mas a fase não passou. E então, tu passaste de ocupado a despreocupado. O pássaro percebeu que não ias mudar e fartou-se.
Esta noite, fria, ventosa e intempestiva, ele abriu a portinhola que, afinal tinhas deixado aberta. Afinal tinhas-te esquecido de a trancar. Afinal nunca a trancaste desde que te tornaste ocupado. Mas o pássaro nunca quis fugir. Estava preso por vontade. Esta noite só precisou de encostar o frágil corpo à portinhola. Ela até rangeu, mas nem te deste ao trabalho de perceber de onde vinha o barulho.
O pássaro fugiu. E não volta.
Agora choras. Sentes a sua falta. Choras a partida. Nem tempo tiveste de te despedir. Dizes que nunca percebeste que era infeliz, mas ele sempre mostrou do que precisava. Lembras-te que afinal, havia já uns dias que não cantava, mas andavas tão preocupado em ver dos outros que nem quiseste saber. Afinal a presença dele na gaiola era dada como certa.
E agora não sabes onde procurar. Talvez voltes à loja onde o compraste e adquiras um novo exemplar, mas de outra espécie, porque esta é infiel e ingrata.

sexta-feira, setembro 15, 2006

Why not?



"Why can't you just love her,

and why be such a monster?

I'll take back all the things that I said

I didn't realise I was talking to the living dead

And I don't want you to think that I care!

You would say anything

you would try anything

to escape your meaningless, your insignificance........."

in, "Escape" Muse

quarta-feira, setembro 13, 2006

Para o Infinito....



-"Para onde vamos?" - pergunta ela.
-"Vamos para longe." - responde ele.
-"E onde é que isso fica?" - volta ela a investir.
-"Perto"


in "98Octanas"

Tortura....


Tirar dentro do peito a Emoção,
A lúcida verdade, o Sentimento!
-- E ser, depois de vir do coração,
Um punhado de cinza esparso ao vento!...

Sonhar um verso de alto pensamento,
E puro como um ritmo de oração!--
E ser, depois de vir do coração,
O pó, o nada, o sonho dum momento...

São assim ocos, rudes, os meus versos:
Rimas perdidas, vendavais dispersos,
Com que eu iludo os outros, com que minto!

Quem me dera encontrar o verso puro,
O verso altivo e forte, estranho e duro,
Que dissesse, a chorar, isto que sinto!!


Florbela Espanca

***

segunda-feira, setembro 11, 2006

11/9....data sem ano

Ergue-se o dia. O sol desponta os primeiros raios. A cidade amanhece. A cidade gigante. A cidade das formiguinhas. As formiguinhas saem das tocas e começam um dia que prometia ser igual a todos os outros. A rotina mecanicista da habituação fê-las ignorar o início de mais um dia. Como de costume acordavam, dois gigantes eclodiam do chão rumo ao céu, com tremenda vontade de o arranhar onde não doesse.

As formigas deram como certa a presença e permanência dos gigantes. Ignoraram a sua fragilidade. Olhavam-nos como olhavam todos os dias. Não apreciaram, nem avaliaram tamanha beleza e opulência.

O dia que prometia ser igual a tantos outros revelou ser a viragem de uma era. Dois pássaros perdidos, perdidos na rota, quiseram avaliar de perto tamanha beleza. Quiseram testar a sua imortalidade e embateram contra eles.

De repente tudo pára. A cidade parou. O país e o mundo pararam para assistir à morte lenta dos gigantes e de algumas formigas. O coração de muitos gelou, e imobilizados, incrédulos e impotentes assistiram a toda a série de acontecimentos que hoje sabemos ter mudado o mundo, as mentalidades, a noção de segurança.....tudo.

5 anos passados, as mesmas imagens voltam a ser ícone deste dia. Os corações continuam a sentir um aperto, e continuamos na mesma. À mercê de quem não respeita a própria vida. A morrer em nome das causas dos outros, em nome de uma religião e crenças que não partilhamos. Continuamos à mercê dos caprichos de um Deus que não conhecemos mas que dizem oferecer umas quantas virgens. E para quê?! Para que uns possam brincar à batalha naval, pensando usar soldadinhos de chumbo nas batalhas, enquanto fazem uso de vidas humanas?!

Onde irá parar este mundo?!

Porque por mais que queiramos, estas imagens nunca nos vão sair da memória. Quem viveu de perto sente-o bem, mas quem assistiu também não passa incólume.

À memória dos que morreram em nome de uma causa desconhecida....

***

domingo, setembro 10, 2006

E a saga da pintarolas na cozinha continua...

E vocês já devem estar a perguntar: "Mas o que será que ela queimou desta vez?" e eu podia tentar enganar-vos e dizer: "Desta vez não queimei nada!!!", mas seria uma mentira tão grande que nem vou correr riscos.
Pois bem, da última vez que dei entrada na cozinha da minha casa com o propósito de cozinhar, sim porque já fui aconselhada a manter-me afastada de locais perigosos, devido aos meus ataques pirómanos, e não por médicos mas pela minha mãe que já receia chegar a casa e encontrar o seu lugar à sombra em cinzas (algumas incandescentes)..... e estava eu a dizer que da última vez que pensei cozinhar estava eu toda convicta que era desta vez que tudo ia correr bem, o almoço até nem era muito difícil de fazer, era só ligar a patusca, colocar uma porcaria duma pizza lá dentro, esperar 10 a 15 minutos e estava pronto para comer. Desta vez não me esqueci dos tempos!!! Fiz questão de colocar o relógio a despertar a cada 5 minutos, nem me custou levantar o rabinho do sofá para ir ver se tudo corria bem....epá achava que tinha feito tudo bem, mas NÃO, estava enganada!!! Fiz os 3 metros barreiras de 5 em 5 minutos até chegarem os 15 minutos derradeiros. Quando abro a patusca, de facto a pizza tinha tão bom aspecto e cheirava tão bem, HMMMMMM tão apetitosa que parecia!!! Mas lembrei-me de que precisava de um panito ou dois para tirar o "tabuleiro" para ter mais espaço de manobra e correr menos perigo de me queimar. Tento então retirar dois dos TRÊS panos que fiz questão de deixar em baixo da patusca. Lá consegui, depois de muito esforço e de tanto praguejar e gritar pelo meu irmão para me vir ajudar e que fez questão de nem sequer ouvir os meus gritos de cana rachada. Parto decorrido e superando as expectativas retiro: os restos mortais de TRÊS panos da minha mãe, que segundo diz até eram novos!!! Pois é meus amigos, desta vez queimei não um, não dois, mas TRÊS panos de cozinha!!!
Paira então a questão: "O que será da próxima vez?!"
Tenho a avisar que foi uma sorte muito grande ter sido apenas isto, porque ainda tive a brilhante ideia de pousar a patusca em cima do balcão que até poderia ter ardido, mas Deus lá teve o bom senso de não me deixar e, assim, poupou-se uma cozinha e uma discussão!!!
***=)

sábado, setembro 09, 2006

Oi?!

Neste momento em que não percebo nada de nada, em que os sentimentos me embrulham o coração e confundem o cérebro. Neste momento em que não sei o que definir para mim própria apenas me apraz dizer:
"Amar sem ser amado é como limpar o cu sem ter cagado!"
TENHO DITO
Como vêem, a vida é uma coisa ruim, muito dura, capaz de atormentar mentes aparentemente (?) sãs.
***=)

sexta-feira, setembro 08, 2006

Vamos lá sair =)

“Meninas hoje vamos sair
Just girls vai ser só curtir
Veste uma camisola amarela
Espera-me juntinho a janela
Pois os meus pais não me querem deixar sair
Logo hoje que eu tenho mesmo que ir
Na indústria há uma festa
Não posso faltar a esta pois eu tenho, quero e devo mesmo lá ir
Devagar para não acordar
A cadela não pode ladrar
O carro escondido no fundo da rua
Salta a janela e noite é tua
E a musica no rádio é a partir
E a girls night lá começa no carro a rir
Uma noite de travessuras esquecer as amarguras
As amigas estão comigo é só curtir
E a musica na pista sempre a subir
E o ritual da dança estou a sentir
A tonteira, a anestesia, nessa mista euforia
Pois a noite é toda tua sempre a curtir…

Amarguinhas

Vaaaaaaaamos?! ihihi

***=)