Apercebi-me hoje que um dia, se por obra e graça do Espírito Santo (e de dois corpos sedentos), eu tiver filhos (principalmente alguma miúda) nunca lhe vou dar a conhecer histórias como Gatas Borralheiras, Brancas de Neve, Belas Adormecidas, nem qualquer tipo de fantasia utópica. E perguntam vocês do alto da vossa curiosidade: "Mas porquê?!"
Pois bem, apercebi-me de que baseei demasiado a minha vida nessas fantochadas, na medida em que procuro o momento perfeito, com a pessoa perfeita, tomando a atitude perfeita, cheiinha de modelos standardizados. Mas no fundo, não consigo e acho que é heróico demais uma pessoa conseguir, desenhar ou viver uma vida tendo como base coisas perfeitas e padronizadas. Na vida dos afectos, não podemos desenhar nada. Por mais pessimista e negra que seja esta minha imagem, quando há troca de afectos, quando para construir o que quer que seja dependemos de outros, não nos podemos limitar a desenhar e traçar objectivos, porque tão simplesmente quando um não quer dois não dançam.
Penso que são estas visões demasiado fantasiosas, demasiado melodramáticas que nos elevam tantas as vezes a alma, o espírito e a imaginação a pontos inimagináveis, que nos permitem tantas e muitas vezes uma queda livre em direcção a um poço do qual muitas vezes não sabemos, não conseguimos ou não queremos sair.
Se dizem que existe o homem perfeito, eu acredito. Mas essa perfeição tem sempre um q de relatividade: perfeito numas coisas, imperfeito noutras, insuportável noutras ainda.
Apercebi-me de que procuro o "homem" perfeito, para viver uma história demasiado bonita e perfeita, procuro usar as palavras padrão, para não fugir ao modelo de menina desinteressada e no entanto tão aluada de paixão. E no fundo, com isto não ganho mais do que desilusões, confusões e tristeza, tudo num batido explosivo. Acabo por não aproveitar momentos, acabo por não espremer tudo o que um bom momento possa ter, na esperança de guardar mais um bocadinho para amanhã. Mas a questão é: será que amanhã há mais?!; e depois fica o arrependimento por não tirado tudo o que tinha para tirar, fica uma soma de momentos adiados sem necessidade....
Decidi que agora me vou deixar de fantasias e que vou seguir e fazer aquilo que sentir no momento. Conselhos se fossem bons vendiam-se e, portanto, não os vou pedir mais. E, se voltar a bater com a cabeça, cá estou eu para levar com as dores e aprender e assimilar que ali há uma parede e a porta fica mais ao lado.
Porque eu decidi que quero mesmo ser feliz.
***=)
4 comentários:
Subscrevo.
Também continuo a achar que a vida nunca poderá ser baseada num conto de fadas.. Ok, ok... é tudo munto lindo! è bom ter alguem que nos ame, é bom termos alguem com que, afinal, partilhar a vida, bons e maus momentos, é bom termos o nosso "principe encantado".
Mas a verdade é que este também so existe entre aspas...! Pois é...
Diria que uma busca eterna pelo principe encantado não é mais que desperdicio!
Basta de viver a vida planeada.. Com os sentimentos planeados, com o exteriorizar limitado! Porra, todos temos o direito de ser felizees!
Pinha, Sê Feliz!
Primeiro, relatividade não tem q! lol ok... esta já foi estúpida demais, é melhor nem revelar a segunda...
Catarininha... já não lia o teu blog HÁ BUUÉ, mas este post faz com que todo o meu ser se encha de arrependimento e se puna em remição. lol
Em certos aspectos tens toda a razão. Para que acreditar num mundo perfeito que não podemos viver e que, provavelmente, nem se quer existe? Se calhar, mais vale viver com os pés bem assentes no chão e não ter ilusões acerca de nada nem ninguém... Mas não serão os nossos sonhos, as nossas fantasias, as nossas utopias que nos fazem felizes? Não será esse nosso lado imaginário que nos leva a estabelecer objectivos, a elevar a fasquia? Desejamos sempre mais e melhor (e nem me estou a referir a bens materiais) e é na tentativa de o conseguir que não nos contentamos com qualquer coisa, que ficamos sempre com a esperança de que algo melhor possa surgir. Daí a necessidade de “guardar mais um bocadinho para amanhã”.
E quanto às crianças… coitadinhas… se já é tão difícil de acreditarmos ou apenas sonharmos com um mundo melhor, nós que ainda temos tanto para viver, para que tirar-lhes esse prazer? Afinal, são crianças… Pensa nisso.
E depois compras o dvd das várias temporadas da Floribella aos cachopos ;)(sim, porque por mais que a Floribella venha a durar, esperemos que já não esteja no ar quando tiveres filhos…) e eles aprendem a lição num instante.
Bem… e depois como é que eu hei-de escrever no meu… Beijos e manda vir mais posts destes que fazem a malta pensar um bocadito na vidinha.
Ah… adorei isto: “...aprender e assimilar que ali há uma parede e a porta fica mais ao lado”. Tenho de anotar esta.
não te esqueças que a mulher moderna prefere o lobo mau ao principe encantado porque a vê bem, a ouve melhor e no fim ainda a come
Não esxistem principes encantados, nem mundos perfeitos, mas há sempre uma bruxa má! Toma a forma que mais lhe apetecer, mas aparece-nos sempre à frente... A verdade é que, quer queiramos quer não, sonhamos sempre com algo melhor! Achamos sempre que ha mais e melhor e é por isso que lutamos... Ou então esse principe encantado existe mesmo e nós é qua ainda não o enconrámos. Acho que é esta dúvida que nos mantém vivas, é algo que nos faz querer continuar!
Amei ler o post, é bom ver os nossos peroblemas tão bem explicados!
Beijinhoo* e estou aqui para o que der e vier:)
Enviar um comentário