Hoje, e depois de alguns dias sem notícias desse mundo obscuro que é a internet, volto a ter notícias na minha caixa de correio electrónico. Recebo um e-mail que diz qualquer coisa do género: se conhecesses uma grávida que já tivesse um filho retardado mental, outro surdo, outro mudo e se essa mesma mulher tivesse sífilis, aconselhá-la-ias a abortar? Se respondeste sim, ficas a saber que acabas de matar Bethoven.......ok!! Pobre senhor!! Mas, ele já está morto!!! Qual é a diferença?
Brincadeiras e estupidez à parte, devo confessar que à primeira vista diria "SIM". Apesar disso, acho que este assunto é tão controverso e às vezes as pessoas têm uma visão tão reduzida do assunto, que poderia e posso estar a cair num grande buraco onde todos (ou quase todos) me vão enterrar viva. Ora, este assunto não deve ser levado de ânimo leve. As ciências médicas e as tecnologias estão hoje já tão avançadas, que é impossível (ou é pouco ético) tomar uma decisão destas assim sem mais nem menos. Se ao dizermos o "sim" matamos o Bethoven ou até mesmo o Papa, não interessa, há sempre um ser que é "abatido" (e perdoem-me a frieza da expressão). Hoje em dia, este tipo de decisões tem de ser tomada com consciência da influência de vários factores. E, quer queiramos quer não, o factor monetário, social e mesmo de saúde são cruciais na tomada de decisões deste tipo.
Este é um assunto muito delicado, eu sei. Que levanta muita controvérsia, é certo. Que ainda fere muitas susceptibilidades, sem dúvida. Mas é também certo que cada um tem liberdade de pensar de determinada maneira. Que tem direito a defender os seus ideais. E não é por ser a favor ou contra a despenalização do aborto (atenção!!! DESPENALIZAÇÃO!!) que eu vou ser mais ou menos filha de Deus!!!
Cada um tem o direito de tomar as decisões que acha mais acertadas para a sua vida pessoal e familiar. Cada um tem o direito de traçar um rumo na sua vida. E ninguém (além dos envolvidos) tem o direito a opinar e muito menos criticar opiniões e decisões que se tomem.
Para aqueles que acham que quem defende a despenalização do aborto são uns insensíveis, uns assasinos, lembrem-se do seguinte: "SE EU NÃO TENHO O DIREITO DE MANDAR NA BARRIGA DE UMA MULHER QUE DECIDE TER 12 FILHOS, TAMBÉM ELA NÃO TEM O DIREITO DE MANDAR NA MINHA!". Com isto quero dizer que cada um toma as suas decisões. No entanto, é de extrema importância que o paciente tenha ao seu dispor toda e qualquer informação adequada e necessária à tomada desta decisão. Os médicos, aqui, deveriam ter um papel crucial, sendo o dever deles informar as mulheres, de forma a que elas pudessem tomar uma decisão "correcta" ou pelo menos reflectida, tendo em conta prós e contras. Ainda assim, caberia à "mãe" a decisão final, ou seja, a mulher deveria ter SEMPRE o poder de decisão final.
Para quem defende que o aborto é um assunto tabu e se benze com quantas mãos tem de cada vez que é referido esse assunto, deixem de ser hipócritas!!! Não é por haver uma lei que proíba estes actos que eles vão deixar de ser feitos!!! É preferível continuar a praticá-los na clandestinidade, sujeitando centenas de mulheres a condições precárias, à contracção de doenças e mesmo conduzi-las à morte, em nome da crença num castigo divino, do que oferecer-lhes condições humanas para praticar estes actos que, acreditem, que custam a uma mulher? A vida não é o mar de rosas que sonhamos ser e que queremos que seja!!! E se é crime matar um conjunto de células que, à partida, ainda não "sentem", que dirão vocês se virem uma criança que é trazida ao mundo num ambiente de pejo, de repulsa paterna, que não puderam evitar o seu nascimento por base numa lei hipócrita?
E se atirar à cara dos demais cidadãos que existem instituições para a adopção que ficam com essas crianças é coisa normal, concerteza que o deixarão de fazer quando pararem para pensar que é nessas instituições que se criam grande parte de seres humanos marginais, que hoje matam transexuais só pela curiosidade de saber como morre um ser humano, apenas porque por mais que se queira, acarinhar 100 crianças ao mesmo tempo não é o mesmo que acarinhar e educar apenas uma ou duas.
Brincadeiras e estupidez à parte, devo confessar que à primeira vista diria "SIM". Apesar disso, acho que este assunto é tão controverso e às vezes as pessoas têm uma visão tão reduzida do assunto, que poderia e posso estar a cair num grande buraco onde todos (ou quase todos) me vão enterrar viva. Ora, este assunto não deve ser levado de ânimo leve. As ciências médicas e as tecnologias estão hoje já tão avançadas, que é impossível (ou é pouco ético) tomar uma decisão destas assim sem mais nem menos. Se ao dizermos o "sim" matamos o Bethoven ou até mesmo o Papa, não interessa, há sempre um ser que é "abatido" (e perdoem-me a frieza da expressão). Hoje em dia, este tipo de decisões tem de ser tomada com consciência da influência de vários factores. E, quer queiramos quer não, o factor monetário, social e mesmo de saúde são cruciais na tomada de decisões deste tipo.
Este é um assunto muito delicado, eu sei. Que levanta muita controvérsia, é certo. Que ainda fere muitas susceptibilidades, sem dúvida. Mas é também certo que cada um tem liberdade de pensar de determinada maneira. Que tem direito a defender os seus ideais. E não é por ser a favor ou contra a despenalização do aborto (atenção!!! DESPENALIZAÇÃO!!) que eu vou ser mais ou menos filha de Deus!!!
Cada um tem o direito de tomar as decisões que acha mais acertadas para a sua vida pessoal e familiar. Cada um tem o direito de traçar um rumo na sua vida. E ninguém (além dos envolvidos) tem o direito a opinar e muito menos criticar opiniões e decisões que se tomem.
Para aqueles que acham que quem defende a despenalização do aborto são uns insensíveis, uns assasinos, lembrem-se do seguinte: "SE EU NÃO TENHO O DIREITO DE MANDAR NA BARRIGA DE UMA MULHER QUE DECIDE TER 12 FILHOS, TAMBÉM ELA NÃO TEM O DIREITO DE MANDAR NA MINHA!". Com isto quero dizer que cada um toma as suas decisões. No entanto, é de extrema importância que o paciente tenha ao seu dispor toda e qualquer informação adequada e necessária à tomada desta decisão. Os médicos, aqui, deveriam ter um papel crucial, sendo o dever deles informar as mulheres, de forma a que elas pudessem tomar uma decisão "correcta" ou pelo menos reflectida, tendo em conta prós e contras. Ainda assim, caberia à "mãe" a decisão final, ou seja, a mulher deveria ter SEMPRE o poder de decisão final.
Para quem defende que o aborto é um assunto tabu e se benze com quantas mãos tem de cada vez que é referido esse assunto, deixem de ser hipócritas!!! Não é por haver uma lei que proíba estes actos que eles vão deixar de ser feitos!!! É preferível continuar a praticá-los na clandestinidade, sujeitando centenas de mulheres a condições precárias, à contracção de doenças e mesmo conduzi-las à morte, em nome da crença num castigo divino, do que oferecer-lhes condições humanas para praticar estes actos que, acreditem, que custam a uma mulher? A vida não é o mar de rosas que sonhamos ser e que queremos que seja!!! E se é crime matar um conjunto de células que, à partida, ainda não "sentem", que dirão vocês se virem uma criança que é trazida ao mundo num ambiente de pejo, de repulsa paterna, que não puderam evitar o seu nascimento por base numa lei hipócrita?
E se atirar à cara dos demais cidadãos que existem instituições para a adopção que ficam com essas crianças é coisa normal, concerteza que o deixarão de fazer quando pararem para pensar que é nessas instituições que se criam grande parte de seres humanos marginais, que hoje matam transexuais só pela curiosidade de saber como morre um ser humano, apenas porque por mais que se queira, acarinhar 100 crianças ao mesmo tempo não é o mesmo que acarinhar e educar apenas uma ou duas.
Sei e tenho a certeza de que com esta discussão vou ferir susceptibilidades e peço desculpa aos mais sensíveis pela utilização de termos mais frios e insensíveis, mas nunca consegui defender uma posição relativamente à despenalização do aborto, porque não tinha conhecimentos científicos e éticos que me permitissem apoiar a minha posição; mas uma vez que as aulas de IM e o estudo para os exames ainda valem de alguma coisa, hoje já consigo defender aquilo em que acredito sem dizer "porque sim, porque acho que deve ser assim".
Com isto não pretendo mudar opiniões, pretendo sim ajudar a que algumas cabeças pensem por si, e que consigam ter uma opinião própria. Espero que tenha ajudado em alguma coisa, quanto mais não seja gerar revolta! Manifestem-se!!!
***=)
3 comentários:
Bom post Catalina:P!
Partilho exactamente da mesma opinião e dos mesmos argumentos! Cada um sabe de si, e o mais que a sociedade deve fazer é fornecer todas as ferramentas necessárias para uma decisão pessoal acertada.
E não deves pedir desculpa por trazeres o assunto à baila, porque esta sociedade tem de deixar de ser hipócrita e de se esconder atrás de um manto de dissimulação.
De acordo, "manifestem-se"!!:P bjinhosssssss***
Faço as minhas palavras singelas as tuas! :)
Concordo contigo, embora até agora nao tenha uma contrução exacta de opiniao ou ideia sobre a despenalização ou nao do aborto!
Consegui através deste post iniciar o processo de formulação de opiniao. Tema controverso, sem dúvida, e por isso mesmo, por continuar a ser tabu para a cabeça de alguns hipócritas, é que continuam a existir casos e casos de mulheres que recorrem às condições de merda das clinicas clandestinas para desistir de um filho por amor, sim por amor!Por vezes egoísta..sim!
Uma leitura extensa mas agradável! =)
1º parabéns pelo excelente post.
2º também acho que se deve despenalizar o aborto mas com algumas limitações não se pode ir pelo caminho da vulgarização desse acto.
3º essa despenalização deve ser acompanhada de campanhas, cada vez mais fortes e agressivas, de controlo de natalidade
4º se achas que podes ter ferido algumas pessoas com a tua posição o que dirás da minha posição que te vou explicar a seguir, sou da opinião que mulheres com deficiências mentais devem ser esterilizadas compulsivamente bem como os homens castrados quimicamente. Se eles não têm capacidade para decidir o que é melhor para eles também não têm capacidade para criar uma criança e assim também se evita que sejam vitimas às mãos de terceiros.
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