segunda-feira, novembro 13, 2006

Aborto e Crise de Natalidade

Este fim-de-semana, no meio de tanta folha e letra sem grande interesse (para mim) li este artigo no jornal "Sol". Simples, directo, que dá que pensar.
"Aborto e Crise de Natalidade
Embora ocorra de forma muito subtil e despercebida, estamos perante uma nova forma de combate e desincentivo à natalidade.
O recurso aos contraceptivos começa por evitar a concepção de um novo ser indesejado (até aí tudo bem). Mas se a mulher não se tiver prevenido antes e, por isso, existir a possibilidade de ter havido concepção, então aí entra a chamada "pílula do dia seguinte". Mas se a mulher não tiver também tomado a pílula do dia seguinte, então aí entra a possibilidade de realizar o aborto até às 10 semanas. Mas se isso não for possível e se a mãe tiver azar de viver em certas zonas do país, então aí entra a dificuldade em nascer numa maternidade que esteja próxima. Mas se o bébé (qual herói homérico), depois desta epopeia toda, conseguir nascer, a sua mãe, se tiver um trabalho precário, sempre pode ainda vir a perder o emprego. Mas se a mãe do bébé não tiver perdido o emprego, terá ainda que fazeruma noitada à porta das misericórdias ou dos infantários, a mendigar uma vaga para o filho.
O Estado não protege, nem incentiva a natalidade. Enquanto isso, o sistema de Segurança Social vai-se afundando cada vez mais, porque cada vez vão existindo menos jovens a descontar para um maior número de idosos a viver. O dilema é sempre o mesmo. Ou o Estado e a sociedade civil se empenham em criar condições para que se possa nascer, viver e morrer em condições. Ou, nem sequer se tenta, dando-se logo a batalha por perdida, optando-se pela via mais fácil da simples eliminação física. Neste caso, do elo mais fraco que culpa nenhuma tem de a mãe viver num bairro de lata, estar desempregada ou o pai ser um crápula."
Miguel Reis Cunha (Advogado)
in "Sol" (11/11/06)
O aborto é apenas o reflexo de uma questão social e económica que os sucessivos Governos não conseguem ou não querem resolver, preferindo apoiar causas bem menos importantes que não servem o interesse de todos os cidadãos.
Até lá, vão morrendo mães e células vão sendo deitadas ao lixo, em condições mais ou menos seguras, segundo consciências mais ou menos sãs, porque a classe política continua a achar que fechar os olhos é mais fácil e continua a viver na utopia hipócrita do: "se proibir, tenho a certeza de que o problema deixa de existir!!"
***=)

2 comentários:

actros disse...

as coisas k tu encontras....
mais uma vez devo a ti e a este fabuloso blog mais um bocado de cultura em mim plantada.... :P
sim senhora....
concordo plenamente....
s n ha condições n pode haver filhos.
mais vale matar uma celula que deixar um ser humano andar por ai aos caidos e a mendigar ou ate msm mais um numero para a estatistica da criminologia....

e prontos...
ta discutido....
;)
bjinhos

asdrubal tudo bem disse...

Esse texto está muito bem escrito.
é muito mais fácil dizer às pessoas que se alguma coisa correr mal podem ir tratar da coisa rápidamente do que andar a ensinar palneamento familiar.