Para mais um momento sério neste blog, deixo-vos com parte de uma entrevista que saiu esta semana na revista "Tabu" do jornal "Sol".
É uma entrevista ao cientista Martin Raff, que tem desenvolvido diversos trabalhos de investigação na área da Biologia Celular. São feitas referências aos seus diversos trabalhos, mas a parte que mais me despertou a atenção foi a sua opinião relativamente à eutanásia.
Ora então aqui está o que importa reter desta entrevista em relação a este tema:
-Em casos extremos justifica-se a aplicação da eutanásia?
Sou um feroz defensor da eutanásia e farei tudo o que puder para a tornar legal. Coloco uma questão. Quando chegamos aos 80 anos, temos 15 a 20% de hipóteses de nos ser diagnosticada doença de Alzheimer. Queremos acabar os nossos dias amarrados a uma cadeira, sem sabermos quem somos, onde estamos, ou quem são as pessoas à nossa volta? Podemos ficar assim durante anos. Eu nunca ouvi ninguém dizer que sim. E há cada vez mais pessoas a atingirem essa faixa etária. [...]
-Mas esses estados (que já legislaram a eutanásia) especificam certas situações para aplicar a eutanásia.
Sim. Os únicos argumentos contra isso relacionam-se com as nossas crenças: se Deus nos deu a vida é o único que a pode tirar. Até se pode acreditar nisso, mas eu não acredito. Por isso a decisão devia ser individual. E é uma decisão difícil para um médico que sabe que o paciente não vai melhorar, que tem no máximo 2 anos de vida e que vai piorar todos os dias. O que pode fazer um médico? Os clínicos aplicam-na agora mas de maneira irregular - porque é ilegal- ao desligar o ventilador ou as máquinas que agarram o doente à vida.
-Mas não deixa de ser uma solução polémica.
O aborto, por exemplo, é legal em muitos países, e o que é estranho é que, neste caso, retira-se a vida de alguém que não pediu para morrer, ao contrário da eutanásia.
in "Tabu", jornal "Sol"
1 Dezembro 2006
Só mesmo para actualizar.... Mais qualquer coisa para alimentar o intelecto, uma vez que os desastres já vão sendo coisa rara por aqui.
***=)
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